Renda do trabalhador cresce em fevereiro, enquanto mais pessoas estão na fila por emprego no Brasil, aponta IBGE
Dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados nesta quinta-feira (28) pelo IBGE, mostram que a taxa de desocupação no Brasil chegou a 7,8% trimestre encerrado em fevereiro de 2024. Esse resultado representa uma alta de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2023.
Apesar do avanço, destaca o IBGE, essa taxa ainda está abaixo da que foi registrada no mesmo trimestre móvel do ano passado (encerrado em fevereiro de 2023), que estava em 8,6%.
“O aumento da taxa de desocupação nessa época do ano está associado ao retorno de pessoas que, eventualmente, tinham interrompido a sua busca por trabalho em dezembro e voltaram a procurar uma ocupação nos meses iniciais do ano seguinte”, explica Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE.
Busca por emprego
Conforme os dados da PNAD Contínua, o número de pessoas em busca de trabalho no final de fevereiro chegou a 8,5 milhões de pessoas, com alta de 4,1% na comparação trimestral. Essa variação entre períodos equivale a mais 332 mil pessoas à procura de uma ocupação.
“Foi o primeiro aumento desse contingente desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2023. Mesmo crescendo, o número de desocupados ainda ficou 7,5% abaixo do que fora registrado no mesmo trimestre móvel de 2023 (9,2 milhões de pessoas)”, ressalta o instituto em nota
“A alta na taxa de desocupação se deveu especificamente ao aumento da procura por trabalho, porque o número de pessoas que estavam trabalhando no país se manteve nos 100,2 milhões, sem apresentar variação estatisticamente significativa na comparação trimestral. Além disso, essa população ocupada está 2,2% acima do contingente registrado no mesmo trimestre móvel do ano passado (99,1 milhões de trabalhadores)”, acrescenta o IBGE no texto.
Salário maior
Outro destaque apontado pelo instituto na PNAD Contínua foi que a remuneração do trabalhador brasileiro continua aumentando. Assim, o rendimento médio das pessoas ocupadas chegou a R$ 3.110, com alta de 1,1% no trimestre e de 4,3% na comparação anual.
Adriana Beringuy acredita que as atividades que envolvem os profissionais do setor de alojamento e alimentação ficaram aquecidas nos meses de dezembro a fevereiro, “mesmo para os trabalhadores informais do setor, contribuindo para essa alta da renda”.
No caso do rendimento do setor de administração pública, saúde e educação, a coordenadora menciona que houve dispensa de trabalhadores temporários da área de educação pública.
“Como esses trabalhadores temporários, principalmente de escolas municipais, têm rendimentos menores, isso pode ter contribuído para que aumentasse a média dos rendimentos nesse grupamento de atividade”, completa.
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